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Resiliência de almas sensíveis.

 


Estou cansada.
Estou cansada de procurar por mim nas outras pessoas.
Cansada de deixar uma parte de mim em quem de mim não quer nada.
Procurei por uma alma como a minha em corpos que já nem alma tinham.
Procurei por amor em quem não sabe amar.

Levarmos uma vida a curar-nos de quase-amores não era o suposto.
Levarmos uma vida a acumularmos pedidos de desculpas ao futuro amor da nossa vida, também não era o suposto.
Escrevi em algum lugar há uns anos um pedido de desculpa.
Pedi desculpa ao amor da minha vida, por todas as vezes em que o pensei encontrar em outras pessoas.
Mas não é a ele que devia pedir desculpa.
Devia pedir desculpa a mim própria.
Por todas as vezes que me iludi.
Por todas as vezes que me deixei magoar.
E por todas as vezes que me deixei usar, levada por uma vontade mais forte de querer amar.
Então hoje peço-me desculpa.
Peço desculpa a mim mesma por ainda não saber estabelecer todos os limites que preciso de ter para sobreviver a esta geração.
Peço desculpa a mim mesma por me deixar iludir e enganar.
Peço desculpa a mim mesma por ainda não me ter conseguido curar inteiramente.
Mas, antes disso, peço desculpa a mim mesma por algum dia me ter deixado quebrar.

Uma alma como a minha disse-me que "alminhas sensíveis como nós, que escolhemos ser Resilientes, precisamos da ajuda do tempo". Mas a verdade é que eu própria tenho medo do tempo. Tenho medo que se eu der demasiado tempo ao tempo, eu própria me acostume com a minha solidão.
Sei que o tempo não é o vilão desta história, nem eu o quero pintar assim, apesar de sentir que já perdi bastante dele. Sei que ele é meu amigo e que com ele vou encontrar respostas. Talvez não todas as que queira, mas as que preciso para mim mesma.
Pois no fim de tudo, o que mais importa é eu saber amar-me a mim própria, antes de poder amar alguém. Talvez só assim eu consiga oferecer ao mundo e a quem tiver essa sorte, o amor mais sincero que possa existir: o amor que vem de alguém inteiro.


-scmm





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