Grito de alma.

Por vezes na vida perdemos boas hipóteses por medo, por falta de coragem, por receio do que os outros vão dizer, por acharmos que não é a altura certa, etc.

Percebemos depois que pessoas dedicadas são cada vez menos.
Que um "já comeste hoje?" é cada vez mais raro. Que um "precisas de ajuda?", mais raro ainda.

O amor não precisa de grandes gestos. O amor precisa sim de compreensão, paciência e dedicação.

Mas na geração em que vivemos é cada vez mais difícil. Traça-se demasiados rótulos, há demasiadas facilidades e sem dúvida nenhuma, muita escolha.

As pessoas não perdem tempo para realmente conhecer alguém. Faz-se um scan supérfluo e se não interessa, faz -se ghost. Há 10 anos atrás não havia isso.

Não sei viver num mundo assim.
Não sei fingir ser quem não sou.
Não sei competir com nenhuma outra mulher, nem quero.

Sinceramente não sei como fazem para ter uma relação hoje em dia. Há demasiadas regras, demasiados guiões.

Não sei ser atriz, não sei atuar, não sei fingir ser alguém que não sou.

Sou escritora, sou intensa, apaixonada, cheia de emoções. E gosto de as verbalizar porque simplesmente não cabem em mim.

E esse é o meu mal, viver num mundo onde emoções há poucas, onde tudo é tão rápido e supérfluo.

Para almas como a minha sofre-se demais, pensa -se demais.

Sinto demasiado para me apaixonar por alguém desta vida, que provavelmente não sabe nem sentir uma emoção porque não se dá tempo para a processar.

A verdade é que tenho medo de me perder por sentir demais.
Tudo demasiado superficial e conveniente, ninguém sabe estar só e ouvir os seus pensamentos. Para não estarem sós e lidarem consigo mesmos, procuram corpos quentes por fora, mas todos vazios e frios por dentro.

É demasiado para mim.

Fui acordar a minha alma, para agora ela gritar.

-scmm