Manifesto.

 

De vez em quando vamos ressuscitando uma parte de nós que em tempos matámos ou nos mataram.

Vamos voltando a saber pôr pontos nos i's;  vamos tendo coragem de fazer certas perguntas assim como de dar certas respostas, ainda que com a voz meia tremida. Vamos também lembrando de como se bate o pé a tudo o que passa dos nossos limites. Porque já reaprendemos a estabelecer limites, ainda que com linhas leves e não tão carregadas. Mas com o tempo, fazemos mais força na caneta e essas linhas tornam-se vincadas.

Uma pessoa que amo de coração e alma, perguntou-me através de um extenso, nostálgico e emotivo email, se se eu fosse um alien que veio à santa terrinha e voltasse para a nave, como contaria aos demais a minha experiência na terra. Mas isso é um assunto que enche muito papel e eu quero escrever um livro. Então aqui vai a versão resumida: a maioria dos humanos estão podres. A maioria das pessoas são egocêntricas, preguiçosas, manipuladoras, desonestas, desleais, pouco comunicativas, jogam à defensiva, com falta de autenticidade, superficiais, entre tantas outras coisas. O mundo está podre. E eu sei que ainda há pessoas com coração de bem, mas a podridão é tão contagiosa, que quem sente muito tem que perder anos de vida na tentativa de se reerguer e regenerar.

Eu, continuo a acreditar no amor, bem fundo no meu coração. Tão fundo que por vezes no dia a dia me esqueço dele e quase me deixo engolir pela podridão. É uma luta constante entre a razão e o coração.

Porque na cabeça sei o vazio que muita gente tem,
mas no coração tenho a esperança de não ter nascido em vão.

-scmm