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O vento


Um dia o vento leva todas as nossas preces.

Um dia o mar leva todas as nossas memórias.

Um dia as montanhas sussurram os nossos segredos.

Um dia tudo o que alguma vez fomos, vira pó.

Depois disso, restamos nós, soltos, sem ataduras, sem correntes, sem receios.

O meu amor por ti está desejoso de voar com os pássaros; de nadar com os peixes; de cantar com as árvores.

O meu amor por ti quer saltar de uma cascata, correr nu e ver o mundo.
O meu amor por ti está doente, como um pássaro enjaulado.

Não come, não bebe mas chilreia.

Chilreia de cada vez que sente uma brisa de ar que não pode apanhar.

Sufoca como um peixe fora de água.

É a resina que escorre de uma árvore cortada.

Um dia o vento leva as nossas canções e as nossas promessas.

Um dia um espírito de um animal selvagem pega e leva-me para longe.

Leva-me para voar, nadar e cantar
Com a sabedoria de quem sabe amar.




-scmm

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