Já tive o homem
perfeito.
Já tive aquele que
me amava sob qualquer circunstância. Já tive aquele que era feliz com a minha
felicidade. Aquele que só de olhar para mim sorria e eu já só por aí conseguia
ver que ele me amava. Aquele que sabia todos os meus defeitos, que sempre foram
mais que as qualidades, e podia enumerá-los de cor e salteado. Aquele que,
mesmo eu sendo injusta como tantas vezes fui, continuava lá para mim. Aquele
que fosse a que horas fosse me respondia às mensagens e chamadas. Aquele que
independentemente do assunto e do problema existente, estava sempre disponível
para me ajudar. Não era só o mero namorado que hoje em dia a nossa sociedade
insiste em pintar. Havia mesmo amizade, carinho e amor acima de tudo. Mas e
quando tudo isso começa a falhar? Como é que é quando simplesmente a troca de
argumentos é substituída pelos gritos de uma discussão? Quando os sorrisos e as
rosas são substituídos pelos choros de desespero? Quando o carinho e a
confiança dão lugar a espaços vazios e pontapés na auto-estima?
O problema é que,
para dar continuidade a uma relação, temos que manter o mesmo empenho e
dedicação impostos inicialmente. Maioritariamente, tendemos a esquecer que a
relação não anda sozinha, é sempre preciso trabalhá-la quer tenha 2 meses, 5
meses, 9 meses, 1 ano, 3 ou 6 anos. Já dei conta de pessoas que se queixavam
que o parceiro não fazia nada, já não queria saber, e isto e aquilo. Mas quando
eu perguntava "e tu? Já falaste com ele/a?" simplesmente me diziam
que não; ou "já tentaste, ao menos, falar?" e o mesmo não como
resposta; ou "então e tentares?" e a resposta vinha algo do género
"achas, estás maluca! Se ele/a não fala nem faz nada, eu também
não!". E isto é algo bastante comum, infelizmente. Constantemente ficamos
à espera que seja sempre o outro a resolver tudo e, no caso das mulheres então,
é a típica desculpa do "ah, ele é que é o homem!". Mas por muita
culpa que tenha um ou o outro a relação não envolve só um, envolve os dois.
Como tal têm os dois que trabalhar em uníssono para que resulte, para que mesmo
quando está algo a falhar, rapidamente seja corrigido. Conheço uma frase que
diz "se a relação envolver menos ou mais que dois, já era", e com
isto está tudo dito. Falando do "menos que um", tem um bocado a ver
com o já referido acima; se lutarmos em vão por algo e alguém que não está
"nem aí" e que, mesmo sabendo o que nos afecta o faz, então de
certeza que algo está mal e está na hora de dar um abanão à pessoa em questão.
Mas é a tal situação de lá continuarmos porque temos esperança. Esperança de
que esse alguém abra os olhos e nos diga "ei amor, eu estou aqui. Desculpa
por tudo, quero corrigir todos os meus erros. Amo-te", ou simplesmente
apenas um "desculpa, amo-te"... A vontade de o ouvir e a fé de o
ouvir são tantas que aguentamos o peso do mundo às nossas costas, caso seja
preciso. Até não dar mais...
Quanto ao
"mais que um" nem há nada a dizer.
Certamente que
quem quem está a ler isto, já pensou mais que 100 vezes que ninguém é assim.
Que ninguém se vai colocar no papel do que diz "desculpa, amo-te" e
dar o braço a torcer desse modo. Mas a verdade é que há quem o faça. Lembro-me
como se fosse ontem de ouvir o primeiro "desculpa, amo-te" que me
deram. E podia voltar a ouvi-lo como se fosse a primeira vez. Diria que é como
uma espécie de canção que nos acalma o coração, nos limpa as lágrimas que tão
insistentemente escorregam e nos abraça os soluços. A meu ver, são duas
das palavras mais difíceis de dizer a alguém, seja em que contexto for. E se
separadas já têm o poder que têm, juntas na mesma frase então ganham um poder
imenso na concretização de qualquer objectivo. Contudo, não é todos os dias que
se ouve tão maravilhosa frase, tal como não é todos os dias que existem pessoas
capazes de a dizer. Se tivesse que fazer uma estimativa, era capaz de afirmar
que apenas uma pessoa em todo o mundo diz esta frase por dia, e é de ter
atenção que o mundo tem 7 ou 8 biliões de pessoas. E para não me chamarem
feminista pretendo acabar este texto dizendo que provavelmente, dos que vão
dizendo todos os dias ao longo do ano aquela preciosa frase, metade são homens
e a outra metade mulheres. Mas isto é só o que digo agora, não sei se é bem
aquilo que acho... Cada pessoa é uma pessoa e cada relação uma relação.
Redigido por: SusanaCMMelo
Eu realmente amava-te...
ResponderEliminarDesculpa por ter sido imaturo e não ter tido a capacidade de lidar com tudo de melhor forma...