A ressaca de ti hoje bateu-me.
Bateu-me a saudade e a vontade de ti.
Bateu-me a vontade de mandar uma mensagem.
Bateu-me a vontade de ir ver mensagens antigas.
Bateu-me a saudade do teu beijo.
Bateu-me a saudade da tua calma.
Bateu-me a saudade da tua chama.
Bateu-me a saudade do teu toque.
Bateu-me a saudade de ti.
E bateu-me a saudade de quem eu era ao pé de ti.
É um sentimento agridoce,
Bom de lembrar mas doloroso de sentir.
É uma vontade sem medida,
De como poucas vezes senti.
Não sei o que fizeste comigo
Se é só a ressaca ou o feitiço,
Por alguém que após dar sumiço,
Ainda sinto uma grande faísca.
Esta ressaca que não acaba
Como se fosse infindável
E uma nostalgia que não desaparece,
Como se fosse incurável.
Agora nada parece atraente,
Nem apelativo o suficiente,
Para causar outra desgraça
E dar fim a esta ressaca.
Guardo o bom que me lembro de ti,
Numa espécie de recipiente,
E cada vez que a ressaca bate,
Vou-te saboreando aos poucos,
Como se a tua memória duma marmita se tratasse.
Não há cheiro que se assemelhe,
Nem chama tão ardente,
No meio de tanta gente,
Como o cheiro do teu pescoço quente.
A ressaca de ti bateu,
Mesmo de forma inconsciente,
No meio de um dia que aparentemente,
Começou bem e acabou doente.
Só me resta agora relembrar,
E da minha marmita saborear,
Todas as tuas formas de falar,
De beijar e de amar,
Até um novo dia chegar.
-scmm
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