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Um brinde à alma


Um dia prometi a alguém que escrevia um livro. Passaram-se 10 anos.

10 anos da minha vida. Neste momento de nostalgia fui ver fotografias de há 10 anos e é engraçado como és capaz de olhar para uma imagem, sabes que és tu, mas não sentes como se fosses tu.

Em 10 anos muita coisa muda. É o clássico do "muitos nascem, muitos partem". 

Posso dizer que para mim estes 10 anos foram como se fossem 5. Na maior parte do tempo, o próprio tempo esteve estagnado.
Deixei sonhos por viver, pessoas por conhecer, palavras por dizer. 

Muitas.

Engoli muitas lágrimas e aos poucos tornei-me apática. Apática aos sentimentos, às atitudes, às conversas. Deixei de querer falar sobre o que tinha de ser falado e passei a ignorar. E assim passam os anos.

A menina que gostava de falar sobre as coisas do coração e que exigia que essas tivessem resposta, tornou-se indiferente a essas mesmas coisas. Um dia quando cumprir a promessa de escrever o meu livro, dedico um capítulo a quem de mim tirou essa menina.

Não deixem que vos tirem os sonhos. Não deixem que sejam ignorados. Não deixem que vos suguem a alma.

Façam terapia, falem com amigos, façam o que tenha que ser feito, mas não se deixem ficar. Não se deixem ficar por palavras ocas, faltas de respeito e falta de amor.

E hoje, 10 anos depois, sei que o amor não são as gracinhas de escola.
Amor é saberes que podes contar com aquela pessoa, que podes abrir o teu coração e a tua mente àquela pessoa e que ela não te rebaixa ou te faz sentir menos, depois de o fazeres.

Amor é teres o companheirismo depois de um dia de trabalho. 
Amor é teres uma conversa de coração sem medo de um tratamento de silêncio depois.
Amor é poderes confiar e seres tu mesmo, rias ou chores, e aquela pessoa continua ali para te apoiar. 
Amor é teres o suporte daquela pessoa. "Queres estudar mas tens 30 anos? Eu apoio-te, fazemos assim e assado e resulta." 
Amor é dividirem as tarefas porque numa casa onde vivem dois, dois têm de colaborar.

Amor é tanto hoje, daquilo que não era há 10 anos atrás e, no entanto, tão pouco.



Deixei de romantizar o "amor sofrido", a conquista sofrida. Não queiram isso. Isso não é amor. 

Amor são gargalhadas, beijos na testa, estrelas e tempo dedicado.

Amor é o céu, o mar e todo o universo.


Mas quando é correspondido.



Dar, dar e dar não é amor.

É solidão.


- Scmm




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