Ter-te e não te ter é sinónimo de olhar para ti e vir-me o medo de que dum segundo para o outro mudes aquilo que sentes por mim. Sei que não escolhemos de quem gostamos e como gostamos e sei que é mais um daqueles medos que não são racionais, como tantos outros. Mas o que seria de mim se fosse tão racional? Se o que eu sinto fosse tão racional? Ninguém fez de nós as pessoas certas, nem tão pouco as pessoas certas um para o outro. Ambos sabemos melhor que ninguém que somos errados. Sempre fomos. Errados e do avesso. E ainda ao contrário. Como a mistura do doce e do salgado. Algo a que muitos chamam de agridoce. Nem agridoce, nem doce, nem salgado. Um nada exclusivamente perfeito e único. E podíamos os dois num dia qualquer querer atingir um só pólo. Querer o doce do açúcar ou o salgado do sal todos para nós, numa medida só e duma maneira acertada. Como numa receita de cozinha. Mas ao contrário do que muita gente diz, o amor não vive de receitas. Eu não escrevi a receita de como...