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Mensagens

A mostrar mensagens de 2014

Rosa-dos-ventos

“E se não resultar?”, “E se ele não gostar de mim da mesma forma que eu gosto dele?”, “E se ele me enganar?”, “E se houver outra mais interessante?”,  “E se o tempo fizer as coisas mudarem?”, “E se for eu que afinal mudo de ideias?”, “E se depois eu é que ficar com má imagem?”… E se…? Passamos tanto tempo preocupados com o que pode acontecer, imaginando variados cenários, criando se calhar problemas onde eles não existem que nos esquecemos de viver o agora. Muitas vezes esquecemos até que grande parte dos problemas que irão surgir se deve aos problemas que colocamos agora… Se deixássemos tudo fluir, se deixássemos tudo seguir o seu curso natural… seria mais fácil. Mas não dá, não é verdade? Colocamos todas as hipóteses e criamos todos os cenários porque sabemos que o caminho não é em linha recta. Mas verdadeiramente começo a achar que nós é que o distorcemos. O ser humano tem grandes problemas em aceitar algo que não lhe dá trabalho ou que é diferente, gosta de complicar, ...

Mais cedo ou mais tarde.

Hoje larguei o eyeliner, o rímel, a base e o blush. Larguei os saltos, o vestido e a mala. Larguei o telemóvel e saí. Antes de sair, destranquei a porta das traseiras. Nem a chave queria. Não queria nada, só sair. Sair dali, sair de todo o lado. Queria estar sozinha, queria pensar, queria voltar a encontrar-me. Tenho-me vindo a perder com o tempo. Então saí. Às vezes é mais fácil largar tudo e sair. Durante uma, duas, três horas, o necessário, do que ficar a bater com a cabeça em todas as paredes e a respirar o mesmo ar poluído de mágoas. Não muda uma vida, mas pode mudar um dia. Mudei o hoje e amanhã poderei mudar o amanhã, depois de amanhã mudarei o depois de amanhã e assim sucessivamente. Passo a passo. Passo a passo tendo a mudar os meus dias. Mas confesso, confesso que não reconheço a pessoa que sou, ou pelo menos ainda não me habituei a ela. Apesar de hoje ser aquilo que sou, baseado nas minhas experiências até então, sempre tive uma imagem daquilo que não queria ser...

Por favor

Já passaram 4 dias desde que fizemos anos e eu não consigo deixar de pensar na tua voz ao telefone. Foram poucos os aniversários que passámos juntos, mas gravo esses poucos bem no meu coração. Reza a lenda que quando eu estava na barriga da minha mãe tu disseste que eu iria nascer no teu dia, e assim foi. Tenho orgulho de poder ter tido a oportunidade de me ensinares a ser parte de quem sou. Tenho orgulho de poder dizer “foi ele, foi ele que me pôs a escrever o abecedário e a fazer frases soltas em mais de 5 cadernos de linhas estreitas para eu aprender a ter uma letra bonita”; tenho orgulho de poder dizer “foi ele, foi ele que me fez saber a tabuada de cor e salteado, de forma que até a podia cantar”; tenho orgulho de poder dizer “foi ele, foi ele que me fez saber todos os reis de Portugal, os seus cognomes, as suas datas e os seus feitos”; tenho orgulho de poder dizer “foi ele, foi ele que muitas vezes me ensinou a ser desenrascada”; tenho orgulho de poder dizer “foi ele, foi el...

Mariana

E é quando queremos dizer tudo que acabamos por não dizer nada. É quando temos tanto dentro de nós que ao querermos dizer tudo não sai nada. Como se não houvesse palavras no mundo suficientes para tudo aquilo que sentimos. Como se naquele momento as palavras se evaporassem e ficasse somente a intenção. A intenção de algo. Algo que não sabemos o quê. Imaginamo-nos tantas vezes a dizer tudo aquilo que queremos como se fosse fácil, como se fosse chegar e debitar com a facilidade com que debitamos o abecedário. Mas não é. Às vezes faltam as palavras. Falta a saliva. A coragem. Como se no momento parasse tudo. Ficamos com o coração nas mãos. Sem quase saber respirar. Não sai nada. Sentes-te no vácuo e sentes o vácuo em ti. Dum momento para o outro a vida ri-se de ti. E goza, goza até te faltarem as forças. Goza para te fragilizar. Vês-te sem forças, sem qualquer rede a amparar-te a queda. Vês-te como nunca te viste nem pensaste ver-te. Isso, te garanto, molda-te. Molda-te até te fazer m...