Quanto mais o tempo passa mais eu acho que não sou para ninguém e que ninguém é para mim. Mais eu acho dificil encontrar alguém para sempre. Encontrar alguém que não me farte, que não me faça revirar os olhos e que não consuma a minha paciência e a minha vontade. Durante muito tempo achei que o problema era dos outros e talvez também seja, mas também é meu. Por vezes imagino-me numa relação saudável e feliz com alguém mas percebo que nunca conheci isso. Desde pequena até agora. A relação mais saudável que alguma vez devo ter tido deve ter sido com quem nem nunca cheguei a ter nenhuma relação. Poético. Muitas vezes pensei que algo estava errado comigo e hoje sei que está. Não sou fácil de amar porque não me deixo amar. Sou a pessoa que quer fazer tudo sozinha: “deixa, não precisa de ajuda”. Mas que depois reclama que não tenho ajuda. Não gosto de incomodar ou de me sentir um peso. Fico apressada quando sei que estou a ser inconveniente para alguém. E fico nervosa...
A ressaca de ti hoje bateu-me. Bateu-me a saudade e a vontade de ti. Bateu-me a vontade de mandar uma mensagem. Bateu-me a vontade de ir ver mensagens antigas. Bateu-me a saudade do teu beijo. Bateu-me a saudade da tua calma. Bateu-me a saudade da tua chama. Bateu-me a saudade do teu toque. Bateu-me a saudade de ti. E bateu-me a saudade de quem eu era ao pé de ti. É um sentimento agridoce, Bom de lembrar mas doloroso de sentir. É uma vontade sem medida, De como poucas vezes senti. Não sei o que fizeste comigo Se é só a ressaca ou o feitiço, Por alguém que após dar sumiço, Ainda sinto uma grande faísca. Esta ressaca que não acaba Como se fosse infindável E uma nostalgia que não desaparece, Como se fosse incurável. Agora nada parece atraente, Nem apelativo o suficiente, Para causar outra desgraça E dar fim a esta ressaca. Guardo o bom que me lembro de ti, Numa espécie de recipiente, E cada vez que a ressaca bate, Vou-te saboreando aos poucos, Como se a...