segunda-feira, 4 de maio de 2015

Vi-te por aí, anjo.

Vi-te tantas vezes por aí…

Sempre dona do teu nariz, sempre confiante no teu andar. Agora sim reparo nos olhares de desejo com que muitos homens te olham. 

Para mim nunca fez sentido querer estar com alguém permanentemente nem deixar-me levar por qualquer tipo de sentimento que englobasse mais do que uma simples conexão de amizade, se tanto. Mas agora eu percebo que qualquer coisa mudou. Percebo que os olhares dos homens que te desejam me incomodam e que a insignificância que me dás me mata. 

Fazes-me sentir fraco e absurdo. 

Fazes-me procurar-te em cada quarto que visito, em cada aroma que sinto. 

Como se cada quarto que eu visitasse fosse o correcto. Como se cada quarto tivesse o aroma e o ambiente ideais. Como se cada uma daquelas mulheres tivesse o ideal para serem minhas. 

E tão depressa as quero a todas como não quero nenhuma. 

Fazes com que te procure em todas elas. Mas por muito que eu negue há qualquer coisa que te faz ser tão tu. 

E cerro os dentes e os punhos quando te ouço rir perto dele. 

E dá-me uma vontade louca de mandar o mundo abaixo quando te vejo por aí. 

Saber que tive tudo e tudo perdi. 

Que se lixe o karma quando te podia era ter a ti. 

Mas parece que ele veio para ensinar, não é? 

E de pensar que tantas vezes me avisaste indirectamente e que eu todos esses avisos percebia mas ignorava. Sempre achando que dava conta de todas as aldeias esquecendo que tinha uma cidade na minha mão. Estraguei a mulher que eras mas vejo que te recompuseste e te ergueste melhor ainda. Não que te quisesse ver mal mas apenas minha. 

Fazes-me sentir doente, insano. 

Dei-te o pior de mim e deixaste a descoberto o que havia de melhor, que eu nem eu sabia que existia, mas e agora, dou esse melhor a quem? Quando a única pessoa a quem quero dar é a ti. 

Tantas barbaridades, lamentações e caminhos vazios. Por cada uma delas uma garrafa de álcool e para arrebatar um coma alcoólico. E se for agora que te vejo novamente ao pé de mim, que ele perdure para sempre. 

Junta este a todos os outros erros, anjo meu.



Redigido por: SusanaCMMelo





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