Hoje ficas?

U m dia o vento leva todas as nossas preces. Um dia o mar leva todas as nossas memórias. Um dia as montanhas sussurram os nossos segredos. Um dia tudo o que alguma vez fomos, vira pó. Depois disso, restamos nós, soltos, sem ataduras, sem correntes, sem receios. O meu amor por ti está desejoso de voar com os pássaros; de nadar com os peixes; de cantar com as árvores. O meu amor por ti quer saltar de uma cascata, correr nu e ver o mundo. O meu amor por ti está doente, como um pássaro enjaulado. Não come, não bebe mas chilreia. Chilreia de cada vez que sente uma brisa de ar que não pode apanhar. Sufoca como um peixe fora de água. É a resina que escorre de uma árvore cortada. Um dia o vento leva as nossas canções e as nossas promessas. Um dia um espírito de um animal selvagem pega e leva-me para longe. Leva-me para voar, nadar e cantar C om a sabedoria de quem sabe amar. -scmm

 A maioria das pessoas hoje em dia são tão banais, tão vazias. Procuram o amor em todos os corpos, apaixonam-se e desapaixonam-se tão depressa como um piscar de olhos.  Em cada esquina há um novo amor, uma nova conquista. É tudo muito fácil, muitas redes sociais, muitas festas. As mensagens são trocadas cada vez mais rápido, os encontros cada vez mais desesperados e o romance banalizado. Provas e juras de amor são dadas de cabeça vazia, não há responsabilidade afetiva nem emocional, não há sinceridade muito menos respeito. Os homens são cavalheiros por conveniência e as mulheres são mais homens que a maioria deles. Cansa-me viver num mundo assim. É tudo muito fácil, muito acessível.  Mundo de swipe. "Swipe left, swipe right". "Não gostei deste detalhe da vida desta pessoa, next". Mundo aborrecido de pessoas desesperadas, mundo de competição por "body count". É tao chato de tão vazios que somos. Mundo de aparências e ilusão, e mesmo quando dá em desilusão n...

  Um pequeno livrinho.  Um pequeno livrinho de ideias e expressões. Um pequeno livrinho de pensamentos e sugestões. Um pequeno livrinho de pequenas memórias e saudades. Um pequeno livrinho de um pequenino amor que já passou. Folheio as páginas, os meus olhos vão percorrendo cativamente todas as letras, relembrando todos os sentimentos e sentindo todas as metáforas. Um pequenino livrinho de pequeninas palavrinhas que nunca me couberam no peito. Cada página folheada é como uma memória desbloqueada. Continuo a percorrer as páginas e surpreendo-me a mim mesma. "Como é engraçado ler-nos a nós mesmos", penso. "Como é engraçado que mudemos tanto por inconveniências e inconvenientes mas mesmo assim ainda vemos um bocadinho de nós". Um pequeno livrinho. De letra pequenina. Mas de tão grandes emoções. Lemos hematomas antigos, que na altura pensámos que não fossem desaparecer, e pensamos no quão inocentes alguma vez fomos. Como é boa a inocência. O sentir tanto que temos que e...

 Hoje vi-te. Linda, resplandescente. A brisa trouxe-me o teu perfume. Mil imagens passaram pela minha cabeça. Olhar misterioso, sorriso encantador. Falavas com alguém que não sei quem é, mas parecias leve e despreocupada. Mais que tudo, parecias feliz. As tuas gargalhadas percorrem as ruas. A tua alegria enche uma galáxia.  Tão linda, tão distante. O tempo pára nas poucas vezes em que te encontro. De longe. O meu corpo fraqueja por um segundo. A minha mente começa a deambular. Quando me deconfronto com a realidade sinto algo que não sei explicar. Sinto uma repulsa dentro de mim, mas de mim mesmo. Como não soube pôr em palavras algo tão fácil de explicar?  Como pode ser tão difícil ter de abrir o coração e a mente a alguém que nos pode magoar? Mas é.  Ver-te ir é mais simples que derrubar os meus próprios muros e arranjar frases para te dizer.  Mais uma vez apanhei-me a deambular. Como é simples pensar em ti e perder o foco. Mas quando me lembro de mim depressa m...