Tenho uma
amiga que diz que me preocupo demasiado com o passado das pessoas.
Talvez.
Porque
talvez sempre pensei que queria ser a melhor possível para quando o amor da
minha vida surgisse.
Hoje peço
desculpa.
Peço
desculpa ao amor da minha vida pelas bocas que beijei, pelos corpos que me
tocaram e pelas mentes que iludi.
Peço desculpa
por me ter deixado consumir de tal modo, que hoje já não acredito em ti.
Não acredito
no dia em que apareceres.
Não vou acreditar
quando me sorrires por entre todos os outros sorrisos.
Vou achar
que és mais um como os outros todos.
Vou achar
que afinal não existes enquanto podes muito bem estar a cruzar a próxima rua e
por infelicidade do destino não ser nesse dia que nos cruzamos, ou por
infelicidade do mesmo ser nesse dia que me olhas mas por receio desvio o olhar.
Peço desculpa,
amor da minha vida, pela falta de confiança que tenho em ti, que tenho em mim e
que tenho no quer que seja que fale de amor.
O amor é uma
merda.
Desculpa pelo
coração partido, pela indiferença e pelo menosprezo.
Desculpa por
não conseguir confiar e por não ter vontade de tentar.
E podias tu
muito bem ter beijado a mesma quantidade de bocas que eu.
Peço desculpa
porque tentei ser a melhor em vão.
Tentei ser a
melhor para hoje ser a pior.
E não há
homem que queira um coração tão destroçado e desacreditado.
Nem eu tão
pouco quero algum homem.
Queria a ti.
Mas tu
tardas em chegar.
Ou já
chegaste com a mesma rapidez com que foste embora.
Mas se assim
foi dá a volta.
Eu acreditei,
é verdade, em amores impossíveis.
Acreditei nas
promessas cheias de cérebros vazios.
Tenho o
coração pisado e os joelhos em sangue.
Durmo com a
impaciência e a impertinência é a amante.
O carinho
mudou de morada e o orgulho é o vizinho do lado que janta comigo todos os dias.
Desculpa,
amor da minha vida.
Por ter dado
tanto de mim a quem merecia tão pouco.
E por te
afastar quando me apareceres.
Só te peço
que tenhas a força de ficar e de me provar que o que estiver destinado a ser,
será.
Sem mundos e
fundos, só as mãos vazias de alguém que tal como eu se cansou das mentiras e
dos jogos e decidiu que era a altura.
Altura de
não sei bem o quê que todos nós achamos que temos.
Porque todos
temos pavor de acabar só.
Então
desculpa.
Porque te
pensei ver em todos os homens que escolhi.
Porque de um
modo ou de outro me deixei massacrar, ao ponto de hoje já nem te querer
encontrar.
E se alguma
vez te encontrei e te perdi, desculpa pelo que fiz a ti.
Desculpa
amor da minha vida, pela minha hipocrisia.
Por exigir
de ti nem aquilo que tenho em mim.
Redigido por: SusanaCMMelo
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